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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Os Povos Indígenas do Amapá:uma realidade cultural milenar

A região que hoje compreende o Estado do Amapá,foi ainda nos primórdios da colonização centro das atenções de muitos navegantes que se aventuraram pelas águas do Atlântico, em busca das Terras que para eles era então um mundo desconhecido. Navegadores de diversas nacionalidades por estas áreas singraram os Rios que pelas características mencionadas em seus relatórios de bordo provavelmente se tratavam das águas do Rio Oiapoque, onde se evidenciavam as riquezas e a localização que, por exemplo:

o espanhol Diogo de Lep mencionou nas cartas de sua viagem, muito tempo antes do conhecido descobrimento, o que leva a evidenciar que esta região fora contatada antes de o litoral nordeste ter sido aportado por portugueses e espanhóis , portanto tenha sido o local do descobrimento da América no século XIV.(SANTOS.Rodrigues.O Amapá no século XV)

Em 1963, a região que é hoje o Estado de Amapá foi dada a um homem português, por conta do então Tratado de Tordesilhas, Bento Manuel Parente, ao término do mesmo século, a região foi invadida pelos ingleses e holandeses que foram expulsos pelos portugueses. No século XVIII, os franceses reivindicaram também possessão da área e, em 1713, o Tratado de Utrecht estabeleceu as fronteiras entre o Brasil e a Guiana francesa, que, não obstante, não foi honrado pelos franceses. Os portugueses construíram então uma fortaleza cujo nome foi colocado de São José de Macapá, para proteger os limites de invasão francesa. Determinado o território, começou a crescer no século XIX, devido ambos estarem atraídos pela descoberta de ouro na área e por ocasião do ciclo da Borracha, que naquele momento, tinha alcançado preços internacionais altos.

Dentro deste contexto cultural destacam-se as características culturais e étnicas dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará, distribuídos numa área de aproximadamente 5.000.000 hectares, falantes de mais de 10 línguas tradicionais, espalhadas em seis Terras indígenas demarcadas e homologadas, num mosaico de riqueza natural preservada pelo uso sustentável dos recursos naturais e do equilíbrio social dos seus diversos Povos Indígenas e, pela manutenção de suas identidades culturais permeadas de rituais, festas, danças cantos, mitos e religiosidade.
Estes Povos habitam as duas grandes reservas indígenas, que representam 8,6% de todo o território estadual, com cerca de 140.276 km² , onde vivem os Povos Indígenas, respectivamente ao Norte do Estado, na região do Município de Oiapoque, a Noroeste, em Pedra Branca do Amapari e, a Oeste no Município de Laranjal do Jarí, confluência com o Parque do Tumucumaque no extremo da região amapaense, com uma parcela das Terras no Estado e a grande concentração ao Norte do Estado do Pará.

OS POVOS INDÍGENAS DE OIAPOQUE
Os Povos Indígenas do Oiapoque vivem atualmente nas Terras Indígenas Galibi e Juminã (que estão localizadas no baixo rio Oiapoque) e a Terra Indígena Uaçá (que atravessa o trecho do Rio Tracajatuba até a cidade de Oiapoque na BR 156) no Extremo Norte do Estado do Amapá. Esses Povos são divididos em quatro (4) grupos distintos com identidades socioculturais próprias tradições e costumes que ora se entrelaçam, ora se distancionam na história de existência de cada etnia e,são respectivamente o Povos Indígenas:

Karipuna, Palikur, Galibi Marworno, Galibi Kalinã, que somam aproximadamente 6.500 indígenas, distribuídos em aproximadamente 418.454 mil hectares, numa região de paisagens naturais exuberantes num complexo de fauna e flora riquíssimas, demonstrando toda capacidade que os indígenas habilmente desenvolvem de se relacionar com a natureza.(IEPÉ.Povos Indígenas de Oaipoque)



A Terra Indígena Uaçá,que é a maior reserva indígena no município de Oiapoque,ocupando um espaço que vai desde o quilometro 102 a Norte, é cortada até o quilometro 32 aproximadamente,pela BR 156,onde e acessada por um ramal na Aldeia do Manga que leva até o Rio Curipi,que percorre uma vasta área,desembocando na confluência com o Rio Uaçá que se estende tanto dentro,quanto fora dos limites das Terras Indígenas, dando acesso ao Rio Urucauá da região dos indígenas Palikur,no limite do território indígena,se estendendo até a confluência com a Terra Indígena Juminã,mais ao Sul de Oiapoque.

Nesta região encontra-se a maioria das aldeias desta região, com comunidades formadas por indígenas Oriundo dos Povos: Palikur;Karipuna e Galibi Marworno,distribuídos em dezenas de aldeias,onde se destacam as de maior população,como é o caso de Kumarumã,as margens do Rio Uaçá,uma Aldeia de população superior a 2.500 indígenas.Outra de destaque é a grande Kumenê ,já na região do Rio Urucauá,onde vivem os indígenas Palikur distribuídos em mais de dez outras aldeias dentro deste circuito.

Fazendo limite com a Terra Indígena Uaçá,encontra-se a Terra Indígena Juminã,que se estende até a Ponta do Mosquito no extremo sul de Oiapoque,onde vivem os indígenas de duas Aldeias,uma de etnia Karipuna e outra Galibi Marworno que se localizam ao longo do Igarapé Juminã,que é o acesso a esta região a partir do Rio Oiapoque.

A Terra indígena Galibi localiza-se mais a Sudoeste de Oiapoque,as margens do Rio Oiapoque,onde vivem os indígenas da Aldeia Galibi,de origem Galibi Caliña,os indígenas de Ariramba de etnia Karipuna que compartilham este território convivendo com toda riqueza de fauna e de flora,típica das áreas de domínio indígena nesta porção das Terras do município de Oiapoque,que faz fronteira com a Guiana Francesa,onde também encontra-se algumas comunidades formadas por indígenas de composição étnica brasileira.

POVO INDÍGENA GALIBI-MARWORNO

Fonte da Imagem:SOMEI-NEI/SEED 4
A maior parte da população Galibi-Marworno vive na Terra Indígena Uaçá, homologada e registrada, com 470.164 hectares, no Município de Oiapoque, no norte do Estado do Amapá. O rio Uaçá, a grande referência espacial desse povo, desemboca no mesmo estuário do rio Oiapoque, que marca a fronteira entre o Brasil e a Güiana Francesa. Algumas famílias Galibi-Marworno residem na TI Juminã, com 41.601 hectares, junto ao Igarapé Juminã, que deságua no Rio Oiapoque. A TI Juminã localiza-se entre as áreas indígenas Uaçá e Galibi, tendo também como limites setentrionais os Rios Uaçá e Oiapoque.
Galibi-Marworno é uma auto-designação bastante recente, que se cristalizou principalmente na última década. Ela veio substituir em alguns contextos o termo "Galibi do Uaçá" ou, simplesmente, "do Uaçá", "Uaçauara" ou "mun Uaçá" ("gente do Uaçá", em patois). Os que assim se auto-denominam constituem um povo oriundo de populações etnicamente diversas: Aruã, Maraon, Karipuna (falantes da língua geral derivada da tupi), "Galibi" (falantes da língua geral derivada da galibi) e até não-índios.
O primeiro termo componente da auto-denominação, Galibi, decorre da aplicação desse nome, por parte da Comissão de Inspeção de Fronteiras e do Serviço de Proteção-SPI- aos Índios, a toda a população do rio Uaçá.
Entretanto, os Galibi-Marworno não se identificam e nem reconhecem parentesco com a população Galibi da costa da Güiana (que atualmente se designa Kaliña) e que tem um pequeno número de famílias habitando as vizinhanças do rio Uaçá: um grupo que migrou da Güiana Francesa na década de 1950 e se fixou na margem brasileira do curso inferior do Rio Oiapoque.(CAPIBERIBE.Artionka,2008)
Por sua vez, o segundo termo componente da auto-denominação, Marworno, está relacionado à atuação de agências de assistência e reflete um movimento mais recente das últimas três décadas. Fazendo referência a uma das etnias ascendentes da atual população, os termos Maruane ou Maraunu começaram a ser utilizados pelos vizinhos Palikur e Karipuna na tentativa de marcar alteridade em relação às famílias Galibi-Kaliña.
A história da população Galibi-Marwono refere-se às trajetórias de populações distintas, migrantes de antigas missões, fugitivas de aprisionamentos, que criaram redes locais de sociabilidade concomitantemente ou a partir de experiências anteriores em redes mais amplas de contato interétnico.
No início da colonização, a região poderia ser definida como "aberta" a todas as vicissitudes da história. Por exemplo, os Maraon são mencionados em relatos do século XVI como habitantes da região do Uaçá. Os Aruã migram para a região das Güianas, no século XVII, fugindo das correrias portuguesas da região do baixo Amazonas e chegam a ser escravizados pelos franceses. Na primeira metade século XVIII, os Maraon e os Aruã são reunidos nas missões jesuíticas do litoral da Güiana Francesa, juntamente com Galibi. Com a expulsão dos jesuítas da Güiana entre 1765-68, uma ofensiva portuguesa invade os antigos territórios de missões, aldeias e estabelecimentos de colonos, aprisionam a população indígena e a deportam para o Amazonas. Os Aruã deportados retornam no século seguinte e se instalam no alto Uaçá. Mitos do Galibi-Marworno atuais mencionam a passagem de caçadores de escravos e seus relatos lembram a passagem de regatões.
Após a visita do Marechal Rondon à área, na década de 1920, o Estado brasileiro decide consolidar a sua fronteira com a Guiana Francesa e colocar sob seu controle as populações indígenas do Uaçá. Data daquela época a "união" (nas palavras de um Galibi-Marworno) dos povos do Uaçá sob uma mesma administração, um aparelho estatal e militar muito presente e atuante, especialmente no lugar chamado Encruzo, criado especialmente para o controle dos índios da região. Por outro lado, ainda que por razões estratégicas de Estado, o SPI "reúne" os índios sob seu controle, reforçando a identidade indígena dos povos da região, pela sua presença e atuação. O SPI, que aí atuou de 1945 a 1967, retira da área intrusos e "estranhos", como comerciantes, crioulos, franceses e ingleses que haviam se instalado às margens dos rios para a exploração de recursos naturais, como ouro e madeira de lei, abundantes na região.
A Aldeia de Kumarumã constituiu-se por muito tempo, o principal ponto de concentração de Galibi Marworno na região de Oiapoque, visto que, ao longo dos tempos, outros grupos foram se formando, resultado do processo migratório para as extremidades das Terras Indígenas na BR 156, que atravessa as Terras Indígenas, ligando o restante do Estado do Amapá ao Município de Oiapoque.

Surgiu então a Aldeia Tukay,no Km 90 e Samaúma no Km 80 desta rodovia.Na Região do rio Urukawá instalou-se a Aldeia Flexa, resultado da fusão de Galibi Marworno,Palikur e não índios da região do Cassiporé, vizinha da Área Indígena em Oiapoque, e mais recentemente a migração de famílias de Kumarumã para uma ponta a margem do Uaçá, desencadeou a formação da Aldeia Arwatu, completando o Povo Indígena Galibi Marworno de Oiapoque.

POVO INDÍGENA PALIKUR

Os Palikur estão divididos entre os dois lados da fronteira Brasil/ Guiana Francesa. Em território brasileiro, estão localizados no extremo norte do Estado do Amapá, no perímetro do município de Oiapoque, na região da bacia do Uaçá, um tributário do Rio Oiapoque. São os habitantes mais antigos dentre as populações que atualmente vivem na região do Baixo Oiapoque (Karipuna, Galibi Kalinã e Galibi Marworno).

A região, segundo dados arqueológicos e fontes históricas, foi, até a invasão européia, toda ocupada por populações Aruak. Hoje em dia, os Palikur são os únicos representantes dessa ocupação.(CAPIBERIBE,Artionka.Tese de Mestrado,2006)


Fonte da Imagem:SOMEI-NEI/SEED 3

As aldeias do grupo distribuem-se ao longo do rio Urukauá, em número superior a uma dezena de comunidades Palikur localizadas no afluente da margem esquerda do rio Uaçá. Seguindo o Rio Urukauá de sua cabeceira até próximo ao curso médio, observa-se uma vegetação de terra firme, mas, a partir deste ponto, em direção à foz, a vegetação muda e é tomada por campos que se mantêm alagados no inverno ou período de chuvas e, no verão, secam. Esses campos são entrecortados por tesos, nos quais estão localizadas as aldeias.

Atualmente, os Palikur têm aldeias no Brasil e na Guiana Francesa e mantêm constante trânsito entre a fronteira. A rede de relações intra-étnicas se sustenta pelos laços de parentesco, alianças matrimoniais e trocas comerciais, a despeito das diferenças econômicas, políticas e sociais entre os dois países.(CAPIBERIBE.Artionka.Tese de Mestrado)

A população em território brasileiro, estimada em 1.368 habitantes aproximadamente (FUNASA 2009), distribuindo-se em dezenas de aldeias correspondendo respectivamente as aldeias :Kumenê, Flecha, Puwaytyket, Kamuywa, Amomni, Kwikwit, Tawary, Mangue I e II, Urubu e Ywawka,esta última localizada na BR 156 na afluência do Rio Urucawá assentadas nos tesos que se levantam ao longo do rio Urucauá, afluente da margem do Rio Uaçá. Localizada no extremo-norte do Estado do Amapá.

A Bacia do Rio Uaçá, compreende dois afluentes, o Curipi e o Urucauá. Das cabeceiras dos três rios até próximo ao curso médio a vegetação é de terra firme, mas a partir do curso médio seguindo em direção à foz, a vegetação muda e é tomada por campos alagados, entrecortados por terras mais elevadas que permitem a ocupação humana.

Do lado francês, os Palikur vivem dentro de perímetro urbano de Caiena e Saint Georges de L´ Oyapock, em bairros construídos pelo governo especialmente para abrigá-los, e em aldeias localizadas na margem esquerda do rio Oiapoque.

Os Palikur falam o Pa’ikwaki, uma língua filiada à família lingüística Aruak. Entre as etnias que vivem na região do Uaçá, apenas eles e os Galibi-Kaliña falam uma língua propriamente indígena; os Karipuna e Galibi-Marworno, por processos diferentes, adotaram o patois, proveniente do crioulo francês, como língua indígena diferenciada.

A maioria dos homens Palikur, jovens e adultos, e algumas mulheres também falam o patois, mas restringem seu uso às relações comerciais, políticas e sociais experimentadas fora das aldeias ou, eventualmente, no contato com algum visitante que fale esta língua. Quando perguntados se falam o patois, costumam responder que não, pois são "índios de verdade", marcando sua diferença em relação aos falantes desta língua.
Há cerca de três anos, os Palikur têm intensificado outro tipo de comunicação intercomunitária e interétnica: a evangelização de outros povos indígenas. Os missionários Palikur iniciaram a evangelização em meados da década de 1980, quando introduziram o pentecostalismo entre os Palikur da Guiana Francesa. Mais recentemente, em função da virada do século, anunciando o "fim dos tempos" iminente, o evangelista e sua comitiva de aproximadamente vinte pessoas reativaram as visitar as aldeias de sua etnia ainda não evangelizadas, e também a ação entre os católicos Karipuna da aldeia de Santa Isabel.

POVO INDÍGENA KARIPUNA

Fonte da Imagem: SOMEI-NEI/SEED 1
No Oiapoque, diversas etnias indígenas, pertencentes aos troncos lingüísticos Aruak, Karib e Tupi, desde o século XVI conheceram o contato com os europeus, com suas diferentes nacionalidades e intenções: franceses, portugueses, holandeses, ingleses, membros de expedições missionárias, comerciais, armadas, científicas. Cada qual, entre nativos e estrangeiros, de acordo com as contingências e interesses próprios, estabeleceram alianças, trocas ou fizeram guerras.
Nesse processo, ao qual, nos séculos subseqüentes, uniram-se populações negras refugiadas ou alforriadas, bem como grupos indígenas foragidos de perseguições, algumas etnias indígenas desapareceram, outras fundiram-se ou foram incorporadas em grupos maiores, ou¬tras ainda se formaram, processos que geraram os atuais Povos indígenas do Uaçá. Particularmente, a população dos Índios Karipuna do Rio Curipi resultando assim da fusão de diversas etnias.(TASSINARI.Antonella,2006)
Na contemporaneidade, mas especificamente na década de 1920, Curt Nimuendaju realizou sua pesquisa entre os povos do Uaçá, especialmente entre os Palikur. Esse trabalho, juntamente com aqueles realizados nas décadas seguintes por Eurico Fernandes (1948, 1950), são os únicos registros de cunho et¬nográfico que temos sobre os índios da região na primeira metade do século XX. De acordo com as informações de Nimuendaju, Karipuna refere-se a “um número bastante grande” de falantes da Língua Geral Tupi, fugitivos das missões do Cunani e Macari que migram para Oiapoque no final do século XVIII, juntamente com índios Aruãs, após ter havido o despovoamento da região pelos portugueses.
A maior parte da população indígena que atualmente se define como Karipuna encontra-se nas margens do rio Curipi, principalmente no seu baixo e médio curso, na Área indígena do Uaçá. Além das quatro aldeias maiores e principais, Manga, Espírito Santo, Santa Isabel e Açaizal, existem várias localidades residenciais dispersas ao longo do rio Curipi: Zacarias, Inglês, Mahipá, Txipidon, Paxiubal, Bastion, Campinho, Kutiti, Tauahu, Xato, Bovis, Taminã e Japim. Apesar da dispersão, cada uma dessas localidades reconhece sua conexão com uma das quatro aldeias maiores.

Na BR-156, que liga as cidades de Oiapoque a Macapá está localizada mais cinco aldeias Karipuna: a aldeia Piquiá, no Km 40, a aldeia Curipi, no km 50, a Aldeia Cariá no Km 63, a Aldeia Ahumã no Km 68 e a aldeia Estrela no km 70. Esta estrada corta a área indígena do Uaçá justamente na região das cabeceiras dos rios Uaçá, Curipi, afluentes e da zona de reservas faunísticas, onde são realizadas expedições da caça e coleta de frutas silvestres e de onde se retira a madeira para construção de casas, barcos e canoas. Esta região sempre foi vítima de caça e pesca predatória, e com a abertura da BR-156 o acesso de invasores ficou ainda mais fácil.

Atualmente a Aldeia Piquiá, resultado do processo de pavimentação da BR 156, que vai ligar o Estado do Amapá as Guianas, encontra-se recuada das margens desta vicinal, posto o Projeto de Proteção Cultural das comunidades indígenas localizadas nesta região. Ao que parece muito fora alterado da convivência natural destes índios e índias, principalmente no que se refere a arquitetura utilizada na construção que foge da naturalidade habitual das construções vistas na comunidade original, são casas em alvenaria cobertas de telhas de barro com uma estrutura copiada de casas urbanizadas, que para o mais velhos da Aldeia constitui-se num elemento que fere os costumes indígenas habituais, mas que traz determinado conforto aos olhos de quem descuidado vê o progresso chegando e alterando modos de viver,mas, que por outro lado, percebe-se a resistência da cultura se estabelecendo na língua, nas festa tradicionais, nas crença na proteção do espíritos da floresta e na comunhão na proteção do território sagrado pela fonte de alimentos e moradia.

Há ainda, mais duas aldeias Karipuna situadas no rio Oiapoque: Ariramba, situada dentro da Área indígena Galibi , e Kunanã, localizada na Área Indígena do Juminã. A paisagem natural dessas reservas é caracterizada pela presença de uma extensa bacia hidrográfica constituída pelos rios Oiapoque, Curipi, Urukauá, Uaçá e Cassiporé. Com exceção do Rio Oiapoque, cuja nascente está fora e distante das reservas indígenas, a paisagem que caracteriza os altos é médio cursos dos demais rios é floresta tropical de terra firme, de onde provém a madeira e a caça de que precisam esses povos. As agências que atuam entre os Karipuna, que atualmente contam aproximadamente 3083 pessoas (FUNASA /2009), são a FUNAI, o CIMI e a FNS.

Desde outubro de 2002, todas essas aldeias encontram-se em território demarcado e homologado por decreto presidencial em três Terras Indígenas (TIs) contíguas: A TI Uaçá, com superfície de 470.164, 06 ha; a TI Juminã, com 41.601,3 ha; a TI Galibi, que já se encontrava homologada desde 1982, com superfície de 6.689,2 ha, e onde está a aldeia Ariramba.
A pesca é abundante nos rios da bacia do Uaçá, principalmente na época da seca. Encontram-se trairões, piramutabas, jejus, piranhas, aruanãs, acarás, tucunarés e pirarucus e, no baixo Curipi e Uaçá, assim como no baixo Oiapoque, peixes de água salgada. Algumas espécies do mar são buscadas no oceano, como os apreciadíssimos caranguejos. A pesca de jacarés e tracajás é constante em toda a extensão desses rios.

POVO INDÍGENA GALIBI CALINÃ
Os Galibi Kalinã, conhecidos popularmente como Galibi do Oiapoque, provêm das aldeias do rio Mana, na Guiana Francesa, Couachi e Grand Village. Seu chefe, o Sr. Geraldo Lod, nasceu na Pointe Isère. Em 1948, o Sr. Lod e um primo seu conseguiram chegar a Belém, onde o administrador do SPI (Serviço de Proteção aos Índios), o Sr. Eurico Fernandes, entregou-lhes a autorização e os documentos legais para que migrassem para o Brasil com a sua parentela.

Fonte da Imagens: Assessoramento Educacional de Implantação do Ensino de Nove Anos
A aldeia São José dos Galibi, considerada o último refúgio dos Galibi Calinã é também a sede do Posto Indígena Galibi. Geraldo Lod,sua principal liderança, mantém uma atitude de autonomia, mas de bom relacionamento com a FUNAI. Ele escolhe e avalia os funcionários da aldeia que hoje são apenas o chefe de posto e o professor, casado com uma índia Galibi. O Sr. Lod, seus filhos e outros habitantes da aldeia participam regularmente de todas as Assembléias dos Povos Indígenas do Uaçá e de movimentos coletivos reivindicatórios, enquanto representantes de sua etnia e membros plenos de um conjunto de povos que compartilham o mesmo território, os mesmos problemas e anseios.
É nas ocasiões da Assembléias Indígenas que cada povo se posiciona. Procura-se um consenso e estabelece-se um programa político, econômico e social que venha a beneficiar a todos. Participam também, com os Karipuna, Galibi-Marworno e Palikur, de movimentos políticos e reivindicatórios importantes para eles. Se todos, na aldeia têm um bom grau de instrução, o Sr. Lod se destaca pela capacidade e curiosidade intelectual e o rigor do raciocínio. Seus conhecimentos da fauna e flora da região das Guianas são surpreendentes. Estudou até o Certificat d'Études, o que corresponde ao nosso primeiro grau completo e foi durante dez anos enfermeiro formado no hospital penitenciário de Saint Laurent, atuando em aldeias indígenas de Mana.
O filho mais jovem do Sr. Geraldo Lodd, foi presidente da APIO (Associação dos Povos Indígenas do Oiapoque), a primeira organização indígena articulada entre os indígenas de Oiapoque. Os dois filhos mais velhos são militares, com uma carreira bem sucedida na marinha e na aeronáutica. As quatro filhas viveram durante vários anos com famílias de oficiais de Clevelândia, se deslocando com elas para Belém, Brasília e São Paulo, estudando e trabalhando, antes de voltar ao Oiapoque.
Hoje, vivem em Oiapoque, onde trabalham como funcionárias do Estado e ou do Governo Federal, e passam fins-de-semana e férias na aldeia. Atualmente, diferente das épocas passadas, os Galibi mantêm pouco contato com os militares de Clevelândia ou com as pessoas de Saint Georges ou Tampac.
A aldeia São José dos Galibi,a única aldeia de etnia Galibi Caliña, é habitada atualmente por indígenas Galibi Calinã das famílias Lodd e Jean-Jaks, compartilhando o espaço com indígenas de famílias Karipuna, das Aldeias, Kunanã e ou Whará, e com famílias indígenas Palikur oriundos das aldeias de Saint Georges ou das margens do Rio Urukauá na região da Terra Indígena Uaçá em Oiapoque, onde vivem harmonicamente entre a manutenção de sua cultura e fusão com a cultura das sociedades envolventes com quem se relaciona, posto a posição de procurar encaminhar a educação de seus membros par e passo a educação que se desenvolve em centros urbanos em Macapá, Belém e outros Estados da federação, visto que para sua maior liderança, o Sr. Geraldo Lodd, é só desta maneira que os Galibi Calinã vão conseguir acompanhar o ritmo da modernidade sem comprometer a existência de sua etnia.
COMPOSIÇÃO SÓCIO-CULTURAL DOS POVOS INDÍGENAS DE OIAPOQUE
Na composição étnica dos Povos indígenas de Oiapoque designados enquanto Uaçá,Galibi e Juminã comportam formação social distinta,apesar da qualificação genérica de que todos são indígenas,mas dentro de cada grupo,distribuídos ou não em aldeias diversas,existe uma demanda cultural que dita a tonalidade cultural de cada grupo,que condiciona seus indivíduos a comportamentos gerais que designam e caracterizam as tradições e costumes de cada Povo,aldeia e pessoa indígena.
Neste emaranhado cultural, esta composição entre os Povos Indígenas então determina uma distribuição dentro de cada grupo indígena em seu respectivo Povo Indígena, mas que não se constitui numa regra rígida que não pode ser quebrada, há grupos incomuns que habitam território étnico distinto, mas que compartilham a convivência cultural com os demais,sem que haja interferência num comportamento ou outro de comunidades dentro deste circuito.
Temos então uma distribuição que compreende a formação de quatro setores,ora obedecendo respectiva Terra Indígena específica, ora alternando grupos em um território e a mesma etnia ocupando outro.Desta maneira qualifica-se a formação das Terras Indígenas determinada pela região de ocupação de conjuntos de aldeias que compartilham determinada área,muita das vezes independente de ser uma Terra Indígena ou outra,a determinação desta designação em Terras Indígenas é muito mais um fator de legalização destes espaços,do que uma limitação dos indígenas dentro deste espaço.
Nas Terras Indígenas do Município de Oiapoque o limite determinado então pelos Rios caracteriza as ocupações de aldeias as suas margens ou, em seu entorno, posto que historicamente, este comportamento ocorre desde as primeiras iniciativas de formação das primeiras comunidades, devido a necessidade de alimentos e água para as necessidades primárias, ou pela facilidade de se deslocar rumo a outras áreas. Neste sentido existe formação de conjuntos de aldeias que habitam quase toda a extensão do Rio Curipi, que vai desde as Aldeias mais longínquas, como na que ocupa as proximidades do Rio quando atravessa a BR 156,até o deságüe no Uaçá,com dezenas de grupos caracteristicamente Karipuna se posicionando em uma margem ou outra ou pelas proximidades.
Quando as águas do Curipi deixam de abrigar os povoados indígenas nesta região, é a vez do grande Uaçá começar sua tarefa, que desde o encruzamento das águas do Curipi, já vai recebendo habitações que constituem Aldeias de dezenas de anos de existência, que é o caso da Aldeia Encruzo, um antigo entreposto de comercialização e fiscalização da época SPI (Serviço de Proteção ao Índio) durante o período militar no Brasil.
Antes de desembocar no Rio Cassiporé,o Uaçá sede suas margens aos indígenas Galibi Marworno,que posicionam sua grande Aldeia Kumarumã bem a sua margem direita,seguido da formação de uma outra pequena Aldeia de sincresão de Galibi Marworno e Palikur que se uniram pelo casamento entre indivíduos de etnias diferentes,formando a Aldeia Arwatú.
Nesta região da Terra Indígena Uaçá,o Rio Urucawá organiza as comunidades indígenas do Povo Palikur,com dezenas de aldeias onde convivem indígenas de etnia única ou de convivência diversa de etnias num só lugar.
Outro conjunto de aldeias se formam na região acessada pelo Rio Oiapoque, que é o caso do Povo Indígena Galibi,que é caracterizado pela Aldeia Galibi e pelo compartilhamento e a convivência da Terra Indígena com uma Aldeia Karipuna chamada Ariramba.
Seguindo o curso das águas do Rio Oiapoque, adentrando ao Igarapé Juminã,tem-se acesso as Terras reservadas a Terra Indígena Juminã,onde habitam indígenas Galibi Marworno,de Uahá e Karipuna da Aldeia Kunanã,num mosaico natural e cultural de convivência entre índio e natureza.
Partindo da Aldeia do Manga, pode-se caracterizar que determinado pelo acesso terrestre,estão as Aldeias da BR 156,que comporta indígenas,habitando dezenas de aldeias, desde o quilometro 32 com o Manga,através de seu ramal,indo até a extremidade do território indígena no quilometro 102 da rodovia, que liga a capital do Estado do Amapá ao Município de Oiapoque,com a existência de grupo oriundos de quase todos os Povos Indígenas de Oiapoque,coabitando aldeias: Karipuna;Galibi Marworno e Palikur.
TERRA INDIGENA (S) POVO ALDEIA (S) POPULAÇÃO INDIGENA (Nº PESSOAS)

Terra Uaçá Palikur Kumenê 731
Palikur Ywawká – BR 70
Galiby-Marworno Kumarumã 1.509
Galiby-Marworno Arwatú 20
Galiby-Marworno Tukay – BR 101
Galiby-Marworno Samauma – BR 75
Galiby-Marworno Anauerá – BR 18
Karipuna Manga 612
Karipuna Espirito Santo 389
Karipuna Igarapé da Onça – BR 06
Karipuna Piquiá – BR 39
Karipuna Curipí – BR 44
Karipuna Kariá - BR 43
Karipuna Estrela – BR 53
Karipuna Ahumã – BR 31
Terra Galibi Galibi Calinã Galibi 30
Karipuna Ariramba 61
Terra Juminã Karipuna Kunanã 61
Galibi Marworno Wahá 30
TOTAL 19 3.923

POVOS INDÍGENAS DO RIO UAÇÁ
A Aldeia Kumarumã,juntamente com a Aldeia Arwatú, localizadas a margem do Rio Uaçá,cerca de 8 (oito) horas de navegação em voadeiras,do Porto da Aldeia Manga a 12 quilometros,por via terrestre, do Município de Oiapoqoue,é habitada por aproximadamente 1600 indígenas predominantemente do grupo étnico Galibi Marworno,visto que convivem em meio a indígenas Palikur,que vivem na mesma região indígena e acabam migrando em busca de terras e local fértil para plantar pescar e caçar,que vivem da agricultura tradicional,com a produção da farinha de mandioca e seus derivados destinados ao comércio em Oiapoque e em Saint George na Guiana Francesa da pesca e da caça de pequenos animais silvestres,base da alimentação local,além do serviço público que absorve uma boa parcela do Povo,visto que,na comunidade existe uma grande Escola Pública que emprega diretamente dezenas de indígenas em todos os seus setores entre outros que são empregado do serviço de saúde ou da FUNAI,resultado do processo de capitalização que atingiu os setores econômicos do país e que consequentemente atravessam as fronteiras culturais e chegam até os Povos Indígenas que se relacionam com a sociedade nacional a sua volta.

São praticantes do catolicismo na sua essência, visto que existe um pequeno grupo de evangélicos provenientes de incursões petencostais de evangelização que atuam na região.Realizam festas sagradas e profanas do calendário da Igreja Católica,que mantém um grupo de missionários que realizam trabalhos sociais na comunidade e também atuam no auxílio de problemas gerados pelo contato com o não índio, fazendo desta convivência pacifica,uma parceria que une tradições culturais a praticas religiosas tradicionais impregnada com o tempo de relação entre indígenas e Igreja Católica Romana.São falantes do Creou ou Patóis,espécie de mistura de línguas estrangeiras e indígenas que se relacionam a séculos na região resultando num linguajar típico falado por quase todos os indígenas desta região que compreende o Município de Oiapoque,além de também serem falantes fluentes da Língua Portuguesa,constituindo também num fator de convivência estabelecido historicamente entre índios e não índios desde os descobrimentos até os tempos contemporâneos que vivem.

Sua comunidade e estruturada com uma arquitetura que mescla construções típicas indígenas, com casas feitas de galhos e troncos de árvores cobertas de palhas,denomindas de “carbés”,a construções edificadas em alvenarias cobertas de telhas de amianto ou de zinco, com energia elétrica e aparelhos elétrico eletrônicos de primeira geração, exprimindo a fusão de hábitos culturais condicionados a normal convivência entre aldeias e cidades urbanas.Comunicam-se através de seus antigos sistemas de rádio fonia,trazidos pelo SPI e mantidos pela FUNAI,mas que atualmente são limitados posto a eficiência na comunicação dos telefones públicos instalados na comunidade e que facilitam a vida e as tarefas diárias do mundo indígena e fora dele.

São praticantes natos de jogos de futebol, vôlei e da dança do brega melodi e do zuok-love,como forma de distrair e divertir na comunidade,além das brincadeiras de banho de rio e arco e flecha entre as crianças e jovens.

Ainda padecem do descontrole no consumo de bebida alcoólica, o que provoca problemas relacionados ao sexualismo desenfreado, vandalismo e consumo de drogas entre jovens que acabam por se relacionar com mais facilidade e freqüência em outros grupos de jovens que circunda as aldeias ou migram cada vez mais as Terras indígenas.Usam com freqüência as poderosas voadeiras e seus barcos a motor para ir e vir de Oiapoque ou da Guiana Francesa onde comercializam seus produtos agrícolas ou artesanatos,ou compram matérias industrializadas de primeira necessidade nas aldeias,constituindo-se em integrantes importantes do sistema econômico do município de Oiapoque,visto que é corrente o fluxo na fronteira brasileira de comercialização proveniente de várias nacionalidades e culturas.

POVOS INDÍGENAS DO RIO URUCAUÁ

Os Palikur estão divididos entre os dois lados da fronteira Brasil/ Guiana Francesa. Em território brasileiro, estão localizados no extremo norte do Estado do Amapá, no perímetro do município de Oiapoque, na região da bacia do Uaçá, um tributário do Rio Oiapoque. São os habitantes mais antigos dentre as populações que atualmente vivem na região do Baixo Oiapoque (Karipuna, Galibi Kalinã e Galibi Marworno). A região, segundo dados arqueológicos e fontes históricas, foi, até a invasão européia, toda ocupada por populações Aruak. Hoje em dia, os Palikur são os únicos representantes dessa ocupação.

A população em território brasileiro, estimada em 1.368 habitantes aproximadamente (FUNASA 2009), distribuindo-se em 10 aldeias (Kumenê, Flecha, Puwaytyket, Kamuywa, Amomni, Kwikwit, Tawary, Mangue I e II, Urubu e Iwawka,esta última localizada na BR 156 na afluência do Rio Urucawá) assentadas nos tesos que se levantam ao longo do rio Urucauá, afluente da margem direita do rio Uaçá. Localizada no extremo-norte do Estado do Amapá
A Aldeia Flecha,que foi o primeiro contato dentro desta magnífica região,constitui-se numa pequena comunidade recoberta por uma faixa de várzea por toda sua extensão de aproximadamente 200 metros composta por dezenas de habitações de aspecto característico,ou seja,feitas de galhos e cobertas de palhas ou na maioria feitas de madeira cerrada da floresta e coberta de telhas de amianto ou de cavaco de madeira, com cerca de 60 indígenas, integrantes de algumas famílias oriundas de indígenas Galibi Marworno caseados com mulheres do grupo Palikur que convivem harmonicamente em meio a outras famílias Palikur,Povo Indígena dominante na região, que por movimento migratório foram constituindo um grupo que se identifica como elemento distinto dentro da Região de indígenas que falam outra língua e possuem tradições e costumes distintos.É um local de relevo característico,com montes elevados em forma de ilhas em meio a lagos e rios,onde vivem da caça e da pesca abundante,em certa época do ano, visto que em outras épocas é comum a escassez de alimentos naturais, forçando-os a cada vez mais consumirem produtos industrializados trazidos de Oiapoque ou comercializados internamente nas aldeias,servindo como complemento a alimentação indígena.Vivem também a exemplo do ocorre na maioria das comunidades indígenas, do serviço público na educação ou na saúde,recebendo seus salários oriundos do Governo do Estado ou do Governdo federal o que os torna de certa forma independente da natureza e dos benefícios que traz para o homem indígena.Falam com predominância o patoá e o creoul e com freqüência o português e também existem as pessoas oriundas de famílias Palikur que muita das vezes só falam a Língua Palikur de exclusividade deste Povo Indígena,que coabitam a Aldeia com os outros indígenas Galibi Marworno ou até mesmo karipunas.Percebe-se pouca atividade religiosa,visto que a pequena Igreja Católica da Aldeia só é usada em visitas do Padre que faz incursões pelas aldeias católicas e alguns que se denominam evangélicos, posto a prática petencostal forte dos indígenas da Aldeia Kumenê,que é o centro das aldeias da Região ocupada pelos Palikur em Oiapoque,participam de algumas atividade religiosas realizadas em Kumenê em épocas especiais.

Nesta mesma região,forma feitas várias incursões as dezenas de aldeias pertencentes aos Palikur,indo gradativamente de aldeia em aldeia,desde a Aldeia Tawary,para a aldeia Urubu,Aldeia Amomy,Aldeia Kwykwyit,Aldeia Kamuyuá e Aldeia Yanawá, até finalmente aportar-mos na grande Aldeia Kumenê onde houve o grande encontro educacional para implantação do Ensino fundamental de Nove anos nas Escolas indígenas.
Estas Aldeias Palikur, em geral possuem características constitutivas comuns, são casas organizadas propositalmente em linha horizontal com uma longa faixa de terra ao centro,mesclando construções típicas que só os Palikur continuam com muita destreza preparar,são telhados tecidas de palhas,com traçado incomum que só os mais excêntricos Palikur sabem fazer,parecendo um esforço próprio para manter vivo traços que só entre os Palikur se percebe com nitidez.Existem ainda as contruções que aos poucos vão se erguendo seguindo um misto de arquitetura guianense e brasileira,vez que são casas de tijolos de barro com cimento,pisos de lajotas e cobertura de zinco em forma piramidal ou bandolas longas e retangulares.Na aldeia Urubu,uma pequena comunidade de poucas famílias Palikur,as casas são bem tradicionais e os indígenas bem pouco falam português e a cultura é bastante evidente em todos os lugares e até a disposição geográfica da Aldeia da a idéia de que ali eles não estão preocupados em mudar com o contato cultural a sua volta.Vivem da pesca e da caça de pequenos animais que a região oferece com abundancia,a produção de farinha de mandioca para se alimentarem e bem pouco se percebe o consumo desenfreado de produtos industrializados,pois, pouco se vê índios desta aldeia de viagem a Oiapoque para comprar algo de alimento ou consumo direto.Também são petencostais a exemplo da grande maioria dos Palikur,mas a existência de traços tradicionais deste Povo Indígena,ainda é inerente a repercussão de manifestações religiosas do passado com o xamanismo ou o curandeirismo feito por pajés ou curandeiras e parteiras.

Na aldeia Amomi,já se percebe vários aspectos de característica culturais em fusão,posto suas construções que obedecem arquitetura vista em qualquer comunidade ribeirinha comum,com casas feitas de tábuas e cobertas de telhas de amianto e poucos carbês feitos de palhas e galhos,a não ser os destinados a produção de farinha de mandioca, que como em quase toda comunidade indígena desta região do município de Oiapoque, é a atividade produtiva predominante,ora destinada ao consumo familiar conjugado a venda,ora destinado exclusivamente ao consumo diário,visto que os derivados deste tubérculo entre os indígenas,desde os primórdios,constitui a base da alimentação.Outro aspecto relevante e característico nesta Aldeia, esta na composição das famílias que nesta ocasião verifica-se a formação do grupo a aprtir de troncos familiares da região da Guiana Francesa de um grupo conhecido por Samaracas,que são homens de origem negra, resultado do processo de colonização das Américas ainda no século XIV,o que resultou na fusão de grupos que compartilhavam regiões comuns ou estavam em processo de fuga dos estrangeiros colonizadores,que acabou por reunir em grupos distintos, negros e indígenas, como é o caso de Amomi,onde é evidente a característica deste tipo de fusão cultural e étnica.Com a convivência entre os Palikur acabaram assimilando a língua,os costumes e as tradições, compartilhando a vida política e social entre as outras comunidades Palikur do entorno.Vivem da pesca e da caça,da produção da farinha de mandioca e alguns são absorvidos pelos serviço público na educação e na saúde dentro da comunidade.

Nesta jornada histórica de ações políticas e sociais entre estes homens e mulheres indígenas no Amapá,também estivemos em kwiKwity,uma pequena Aldeia localizada a margem esquerda do Rio Urucauá,com poucas famílias,resultado de uma certa migração da Aldeia Kumenê,é habitada por indígenas Palikur na sua essência que buscaram trilhar a própria vida social e política,posto que em Kumenê, já se constituía numa comunidade bastante grande e com muitas famílias no convívio social e de certa maneira já não comportava tão variado posicionamento político diverso,resultando na formação de uma Aldeia independente, nem que seja no território,visto que ,continuam dependendo das decisões que são tomadas em Kumenê,entre a grande maioria de Palikur nesta região, e onde habitam os maiores lideres deste grupo indígena.Vivem basicamente da extração vegetal e animal, tem uma constituição estrutural típica palikur,são casas de palhas e índios que pouco falam o português e vivem da assistência que o poder público estende a Kumenê,que é a maior Aldeia e onde encontram posto de saúde e Escola para seus filhos e filhas.

Na Aldeia PwaitKet, na margem direita do Urucauá,vive outra das várias aldeias Palikur de Oiapoque,com uma comunidade também típica palikur,com habitações tradicionais em meio a várias outras de padrões alterados em seu estilo,são famílias também oriundas de migrações familiares advindas de Kumenê,falantes do Palikur, como língua mãe e do português, com a chegada da Escola,resultado do processo mercantilista da região americana que acabou por integrar línguas hábitos e costumes entre índios e não índios.São indígenas que,como qualquer Palikur que se preze,buscam manter seus costumes e tradições prevalecerem a fusão provocada pelo contato com as sociedades que os envolvem,são vizinhos de kumenê e assim como ocorreu com todos os outros que buscaram outro território para viver e formar seus próprio domínio político, ainda dependem do que ocorre na Aldeia mãe Kumenê,que foi onde as famílias que viviam se refugiando pelos tesos da região Oiapoquense,encontraram lugar tranqüilo e rico para plantar,pescar e caçar,além de estarem protegidos para proteger sua cultura e a existência de seu Povo.

Em Kamuyuá,a algumas dezenas de metros de PwaitKet,existe outro pequeno povoado de Palikur,que resolveram viver nesta ponta de terra, para determinarem o ritmo de suas vidas em meio ao Povo Palikur,mas num grupo que lhes oferecessem condições de tomar outras decisões que pudesse favorecê-los com mais exclusividade,no campo da saúde,educação e assistência social,mas que também acabou com um poder limitado pelas lideranças de Kumenê,que sem querer acabam por determinar á vida na região,uma vez que só reunidos os Palikur conseguem maioria para deliberar dentre os outros indígenas que vivem e compartilham o território em Oiapoque.Constituem-se num conglomerado de habitações tradicionais,com estrutura razoável de energia elétrica,escola e área para plantar,pescar e caçar,vivem também das atividades do serviço público,para atuarem principalmente na educação,que é de onde conseguem atendimento e serviços.Assim como os demais, falam com prioridade a língua Palikur,dominam a língua portuguesa,são evangélicos petencostais,resultado da evangelização realizada por missionários ingleses que adentraram a região e encontraram refúgio entre os Palikur,principalmente pela simpatia de seu Paulo Orlando a religião,um de seus baluartes culturais em perpetua importância política entre os Palikur,visto que foi sua maior e mais forte liderança em quanto esteve vivo,até por sua sabedoria natural,de domínios autodidata,falava varias línguas e acabou por contribuir na disseminação da religião entre os Palikur,que se encontravam fragilizados por ocorrências de disputas xamanicas,entre pajés oriundos de uma família rival a outra na região,o que trouxe momentos de constante perturbação espiritual,onde os missionários então encontraram campo fértil a suas pregações e a filosofia religiosa a que pertenciam.
POVOS INDÍGENAS DO RIO CURIPI
Os indígenas Karipuna, falantes de uma língua Kheuol (Karib), vivem em Terras homologada e registrada, localizados no Brasil, no município de Oiapoque, na terra Uaça possuindo uma extensão de Terra (ha): 470.164, sendo que a maior parte da população indígena que atualmente se define como Karipuna encontra-se nas margens do rio Curipi, principalmente no seu baixo e médio curso, na Área indígena do Uaçá,além de se espalharem pelas outras Terras indígenas Galibi e Juminã.
São dezenas de aldeias Karipuna que se instalam as margens do Curipi,dominando grande parte deste território com centenas de indígenas distribuídos desde o Posto de Fiscalização do Encruzo,que também é uma Aldeia, até a Aldeia Manga que é o ponto de partida e de chegada de todos os que navegam para ir a qualquer aldeia ao longo do Rio Curipi,Uaçá e Urwkauá.
A Aldeia Encruzo,que desde os tempos do SPI, funcionou com Posto de Fiscalização da Área Indígena de Oiapoque e também com entreposto de comercialização de bens e produtos,onde funcionou por algum tempo uma olaria de fabricação de telhas de barro,mas que com o tempo fora desinstalada para dar lugar ao local para onde são encaminhados os indígenas que cometem alguma infração grave em suas aldeias,visto que no lugar o poder dos Chefes de Posto da FUNAI,ainda é respeitado como no passado.
Atualmente é uma pequena Aldeia que se confunde com o lugar de Fiscalização do passado,onde vivem indígenas karipuna que são em sua maioria membros da família do chefe de posto,que pela nova política da FUNAI,ainda é o único chefe que ainda esta em atividade na área indígena de Oiapoque.
O local é reduzido pelas condições naturais que oferece,posto que Encruzo fica bem no entroncamento do Rio Curipi,com o Rio Uaçá,numa área que sofre interferência das águas oceânicas e de águas barrentas características da Amazônia.É um lugar encima de uma inundação de chão encharcado e barrento,que na parte de traz é limitada pelos bambuzais e a frente pelas perigosas águas dos Rios,que em épocas de maré lançante domina toda a região da aldeia.
Seus habitantes vivem basicamente da pesca de peixes nobres,encontrados nas águas oceânicas do local e do extrativismo do açaí,uma fruta nativa em abundancia por estas regiões,que é comercializado ali mesmo com facilidade,posto que todos os que precisam viajar para as aldeias Rio Uaçá acima e para o Rio Urucawá, o que lhes proporciona uma clientela freqüente de compradores de produtos para alimentação.
São falantes do patoá,a língua que os karipuna adotaram pela perda da língua mãe do grupo e que usualmente é utilizado para comunicação entre os indígenas de Oiapoque.Compartilham da crença no catolicismo e seus eventos e cerimônias,além de serem natos praticantes de Rituais como o Turé, realizado tradicionalmente em várias aldeias do grupo Karipuna,que aliás é um dos Povos Indígenas de Oiapoque que luta por manter viva esta tradição.
A algumas oras a baixo do Curipi,localizam-se os indígenas da Aldeia Açaizal,que recebe este batismo,pela imensa floresta de alçaizais que cobre quase todo o percurso do Curipi,dominando a paisagem por onde quer que se estenda os olhares.
É uma aldeia firmada sobre um local pedregoso a alguns minutos de distancia do Curipi por um pequeno braço do Rio.Numa paisagem tranqüila de lagos com buritizeiros altíssimos,onde se concentram os indígenas que habitam casas de construção regular feitas de tábuas e esteios de madeira,distribuídas de um lado e de outro,respeitando o limite que a pedra lhes impões para construir.possuem locais de atendimento a educação e a saúde e um centro comunitário que parece sempre esta pronto para uma festa dos santos e divindades que cultuam por serem católicos e compartilharem de costumes e tradições a séculos difundidas entre os Karipuna.
Sua economia esta assentada na extração do açaí e na pesca abundante no Rio Curipi.Esta produção é alicerçada também pela produção da farinha de mandioca e pela mão de obra ao serviço público existente na comunidade,constituindo então na forma de viver e se sustentar das dezenas de indígenas que habitam o local.
São em media oito famílias que num total de aproximadamente 60 indígenas formam a comunidade de Açaizal,que em épocas de menos intensidade pluviométrica só se pode chegar até lá,por caminhadas equilibradas por cima dos buritizeiros que enfileirados formam a passarela por onde se caminha a centenas de metros até chegar a Aldeia.
Mais abaixo a alguns minutos do Curipi está a Aldeia Karipuna Espírito Santo,uma comunidade indígena que se localiza a alguns metros da margem do Curipi,numa região montanhosa inconfundível onde se pode perceber de longe a imponência de uma Igreja Católica que parece querer falar e contar toda a tradição religiosa católica dos karipuna de Oiapoque.
Espírito Santo é uma Aldeia que abriga cerca de setenta a oitenta famílias computando cerca de 470 indígenas que se distribuem na base e no topo da montanha,além de ocupar também a área de encostas que a região oferece.
Dispõem-se em habitações que parecem ter sido encavadas na base da montanha ou no seu topo,com estilo próprio e arquitetura típica,embora também haja construções ao moldes ribeirinhos ou de influencia urbana da Guiana ou de Oiapoque.Distribuindo-se horizontalmente acompanhando o percurso do Rio Curipi,onde estrategicamente ficam a casa comunitária e as demais moradias das famílias que são mais antigas.No topo de grande montanha,vê-se de longe a edificação de uma Igreja Católica,com uma escadaria que intriga os que nunca viram uma aldeia com tal estrutura e despojamento.
Em Espírito Santo é realizado um dos mais famosos rituais de Turé realizadas por toda a região do Uaçá,é uma festa que tradicionalmente ocorre todos os anos em noite de lua cheia,onde o pajé do local evoca os seres representados em bancos e mastros de madeira,num momento de interação entre homens e deuses,a natureza e seus elementos formadores.
Também ocorre todos os anos grandes festas religiosas,que são realizadas em honra a Santos da Igreja Católica que são cultuados tradicionalmente pelos indígenas e respeitados por todas as famílias que passam o ano todo se preparando para oferecer comida e bebida a todos os indígenas que participam rezando e cantando na festa sagrada,dançando,comendo e bebendo na festa profana.
Do deslocamento de famílias para o outro lado do Curipi,surgiu um pequeno povoado que recentemente tem se estruturado,dando origem a Aldeia Kutity ou Jõdef,uma comunidade de Karipuna que buscaram sua autonomia numa instalação bem a frente de Espírito Santo,que vivem da pesca,da caça,da extração de açaí e da produção da farinha de mandioca,destinada ao comercio oiapoquense.
São poucas habitações de aspecto incomum aos padrões tradicionais indígenas postadas na paralela ao rio Curipi,também recuada a alguns metros do Curipi,como se fosse uma foram de se resguardar de qualquer ameaça que possa vir pelas águas,numa encosta de um teso inundado a sua volta por uma lagoa raza,que no verão desaparece.
São constituídos por algumas famílias Karipuna de algumas dezenas de indivíduos,oriundas de Espírito Santo,com quem compartilham tradições culturais e costumes históricos como a religião,os rituais,as festa pagãs,a língua e a organização política inerente a sociedades indígenas.
Neste mosaico natural e cultural,também é perceptível a presença de outra aldeia,como se formassem um triângulo cultural,que é o caso dos indígena de Santa Izabel,uma comunidade de Karipuna, que vivem na região do Uaçá,mas que na sua composição social tem a presença de indivíduos de outros Povos Indígenas e até mesmo de integrantes não indígenas,que por ironia dos destino,parecem exprimir o processo colonizador, que esta região também se envolveu,que abrigou num mesmo teto pessoa de variadas culturas e nacionalidades.
Historicamente o povoado que deu origem a Santa Izabel,foi se formando na região do Monte karipurá, próximo ao Encruzo,onde a família formada por “seu Côco e Dona Chandoca” de pais karipuna e descendentes de portugueses da região da Vigia no Pará,que foram se instalando por causa da criação de gado naqueles campos e tesos.
Atualmente é uma comunidade composta por dezenas de famílias que somam cerca de 500 indivíduos,distribuídos num território localizado numa esquina do Rio Curipi,por onde construíram um espaço organizado e com distribuição uniforme,de construções típicas em meio a outras bem ao aspecto da modernidade que os cerca,ou seja, casas suntuosa de alvenaria mobilhadas pó eletrodomésticos e eletroeletrônicos que não deixam a desejar a qualquer residência urbana.
São praticantes tradicionais do catolicismo,religião a qual tomaram como culto e difundem todos os seus eventos com fervor e lealdade,até mesmo epla tradição ensinada de geração em geração e, que hoje é de responsabilidade de Dona Chandoca e seus filhos e filhas,que do alto de sua idade,determina a tradição a ser seguida e o valor de ser Karipuna.
Praticam religiosamente cultos voltados aos seres sobrenaturais,como é o caso do Turé de Santa Izabel,famoso por manter os traços da tradicionalidade dos Karipuna,que se dizem os que melhor fazem o Turé entre os indígenas de Oiapoque.Esta tradição é incentivada entre os mais jovens,na busca da perpetuação da pratica cultural indígena entre seus parentes,como forma de difundir a cultura e manter os laços que os une com os ascendentes do passado.
Mais abaixo no braço esquerdo do Curipi que se forma com o avanço de suas águas no invervo,que singra a frente da comunidade de Santa Isabel,encontra-se a comunidade da Aldeia Taminã,que se formou de migrantes de karipuna por esta região,que hoje somam aproximadamente 70 indígenas oriundos de cerca de 14 familias,que vivem em habitações modestas tradicionais,construídas de madeira ou mistas com alvenaria.
Taminã é um local aprazível,onde se vive harmonicamente,visto que seus membros são praticamente originários de uma só família que se instalou ali em busca de melhores condições de participação política e um território próprio para viver e construir suas próprias conquistas.
Vivem da plantação nas roças das encostas montanhosas da área,onde plantam e colhem para produzir a farinha de mandioca,o tucupi e a tapioca,além do cultivo de bananas,cupuaçu e extração de açaí,destinados ao comércio e a alimentação diária na comunidade.
No entrecortado da floresta,pelas águas do Curipi que invade a região no inverno,localiza-se a Aldeia Paxiubal,numa montanha,local de paisagem exuberante,mesclado por grandes pedras e floresta densa.
O nome da comunidade deriva da abundancia de uma vegetação de palmeiras denominada de Paxiúba antigamente na região do Curipi,que se esgotou coma exploração desta palmeira,pau-rosa e outras madeiras nobres da rica floresta,saqueada por estrangeiros franceses e portugueses.
Seus habitantes atualmente se reduzem a sete famílias,num total de cerca de 37 indígenas,migrantes na região e que escolheram habitar a área,visto que grande parte de Karipuna resolveram se instalar onde hoje encontra-se a Aldeia Manga,daí outros Karipuna buscaram o refugio onde hoje se encontra a Aldeia Paxiubal.
Sua comunidade esta organizada com uma estrutura de habitação organizada com casas de madeiras e edificações publicas que apesar do tempo de construção inda continuam intactas e conservadas,todo o solo onde habitam é coberto por uma camada de vegetação que durante o período invernoso deixa a área como coberta por um tapete verde natural.
Vivem da exploração da madeira para fazer canoas em tronco cavado,que aliás ainda é um dos poucos ou único lugar onde ainda se encontra algum indígena que trabalha com esta atividade que aos poucos foi desaparecendo,mas que em Paxiubal foi mantida e preservada,onde os indígenas de outras aldeias buscam para encomendar seus cascos para a pesca e o transporte.São também produtores de farinha de mandioca e trabalham como funcionários na escola publica da comunidade.
Como legítimos karipuna que são,falam prioritariamente o patoá o creou,embora também dominem o bom português herdado dos contatos com os não índios.Também cultuam o catolicismo e participam de eventos e festividades nas outras comunidades Karipuna da região do Curipi.
Seguindo curso do Rio Curipi acima da aldeia do Manga,numa região de pedras no leito do rio e galhadas que dificultam a a navegação,localiza-se a Aldeia Japyim,uma comunidade de cerca de 10 famílias de origem Karipuna,que somam aproximadamente 50 indivíduos que vivem neste local que fica a alguns minutos do Porto da Aldeia Manga,por onde os indígenas desta comunidade costumeiramente passam em busca do transporte terrestre que os leve até Oiapoque.
Esta Aldeia é composta por uma estrutura que ocupa uma considerável área a margem do Curipi,que neste ponto,fica cada vez mais perigoso,pelas corredeira que se forma por causa das diversas pedras do leito e do fundo do Rio.Suas habitações estão dispostas na paralela a encosta do Curipi,no alto de um pequeno monte onde fora erguida a comunidade,onde se encontra diversas residências em alvenaria e outras de madeira da região,além dos prédios públicos e de uso comunitário que,como em outras aldeias foram construídos pelo poder publico estadual e até mesmo municipal.
A produção da farinha de algumas frutas em seus roçados são responsáveis pelo sustento e pela base da economia local,além da atividade empregatícia no serviço publico na escola ou no posto de saúde,que por ora se encontra desativado.
São praticantes do catolicismo e procuram ditar sua crença ao ritmo que as praticas católicas permitem,realizando festividades e eventos religiosos,em honra a divindades e santos da composição católica apostólica romana.Em concomitância também realizam eventos em honra aos seres sobrenaturais representados nos elementos da natureza.
Nas margens do Curipi,na confluência com o Ramal do Manga,localiza-se a Aldeia do Manga,numa região que historicamente foi escolhido por famílias Karipuna para se instalar e viver aos moldes de sua cultura,seus valores e modo de vida.
É um povoado indígena de centenas de habitações distribuídas em dois quadrantes de um lado e de outro do Ramal que atravessa a comunidade de ponta a ponta,até chegar ao Rio Curipi.São construções de todo tipo que se costuma encontrar nas comunidades indígenas de Oiapoque,de madeira bruta da mata local cobertas de palhas ou só de assoalhos em cobertura de telhas de amianto, e até memso as suntuosas construções de dois pavimentos mobilhadas por equipamentos eletrônico e elétrico que trazem muito conforto e qualidade de vida aos indígenas de Manga.Por outro lado são os carbês da área destinada como de propósito ao convívio intimo com a natureza,onde encontramos igarapés com águas límpidas e que parecem estar bem protegidos de qualquer tipo de degradação,onde estes índios e índias,buscam conviver tradicionalmente,longe de toda a praticidade encontrada e providenciada na vila,que possui uma estrutura com energia elétrica constante vinda de Oiapoque,boa escola,posto de atendimento a suade e posto da FUNAI,além de comércio de produtos de toda espécie ao alcance o dia todo.
Sua composição social se dá da convivência harmônica de vários indivíduos de outros grupos e Povos Indígenas,que pela migração ou pela união conjugal formam um grupo de vasta derivação étnica,comportando famílias que se formam até com indivíduos que não são indígenas,somando uma população de quase 800 habitantes de origem diversa,mas que na sua maioria são Karipuna.
Embora o aspecto predominante seja de uma comunidade que já perdeu sua cultura,aos olhos leigos de quem vê a Aldeia do Manga,existe neste Povo um forte sentimento Karipuna de falar a língua de seus antepassados,cultuar seus deuses e deusas,cantar,dançar e beber ao embriago sobrenatural de seus rituais e, o mais importante de tudo fazer de toda e qualquer atividade um acontecimento que deve ter as características indígenas presentes,por um aspecto ou outro,mas que exprime a cultura viva e incondicional que nesta comunidade se desenvolve.
As atividades do plantio nas roças de mandioca e de frutas tropicais,somadas a atividades de comercialização, funcionalismo público,construção civil,entre outras atividades compõe um complexo que se desencadeia na Aldeia do Manga formando uma economia forte e ativa,que por um lado da boa sustentabilidade para muitas famílias,mas que por outro lado,subjuga outras a subsistência com a natureza.
POVOS INDÍGENAS DO RIO OIAPOQUE
Na Área Indígena, que compreende as Terras Indígenas Galibi e Jumimã,nas margens e igarapés do Rio Oiapoque,estão diversos indígenas das aldeias que formam mais este universo cultural no Estado do Amapá, local das aldeias de predominância de indígenas Galibi Caliña, Karipuna e Galibi Marworno; que habitam as margens e os tesos de uma região de um imenso Rio que faz fronteira com a Cidade de Saint George na Guiana Francesa,que inunda durante o inverno rigoroso da região e invade nas altas marés um longo Igarapé,que recebe o nome da Terra Indígena que atravessa,onde habitam como em um refúgio natural,centenas de indígenas que compartilham território,costumes e tradições.
A aldeia São José dos Galibi ,localizada a margem direita do Rio Oiapoque, na Terra Indígena Galibi é de domínio dos indígenas Galibi Calinã de Oiapoque, das famílias Lodd e Jean-Jaks, compartilhando o espaço com indígenas migrantes de famílias Karipuna, das Aldeias, Kunanã e ou Whará, e com famílias indígenas Palikur oriundos das aldeias de Saint Georges ou das margens do Rio Urukauá na região da Terra Indígena Uaçá em Oiapoque, onde vivem harmonicamente entre a manutenção de sua cultura e fusão com a cultura das sociedades envolventes com quem se relaciona, posto a posição de procurar encaminhar a educação de seus membros par e passo a educação que se desenvolve em centros urbanos em Macapá, Belém e outros Estados da federação, visto que para sua maior liderança, o Sr. Geraldo Lodd, é só desta maneira que os Galibi Calinã vão conseguir acompanhar o ritmo da modernidade sem comprometer a existência de sua etnia.
A aldeia Ariramba, localizada também na margem direita do Rio Oaipoque,dentro das demarcações da Terra Indígena Galibi, é formada por um reduzido grupo de índios Karipuna, que provavelmente tenham migrado por entre a floresta que é recortada por diversos igarapés e áreas inundadas por onde tranquilamente, pelo conhecimento que tem do local,provavelmente foram se deslocando e ocupando como que de propósito os pontos estratégicos de cada domínio territorial de cada Povo e ou etnia.É um local de ribeira,mas que estende mata a dentro onde cultivam e habitam,constituídos por poucas famílias de aproximadamente 50 indivíduos no total
São falantes do Patoá, língua resultado da fusão de línguas indígena tradicional e o que é falado por habitantes da Guiana Francesa com o Creou, vivem da produção da farinha de mandioca e de seus derivados, da pesca abundante no Rio Oiapoque e da caça de pequenos animais em determinadas épocas do ano, consomem com grande freqüência produtos industrializados do comércio de Saint Georges ou Oiapoque, até mesmo pela proximidade e facilidade em acessar estes locais.
A liderança local é exercida já algum tempo e com destaque para a ascendência de uma mulher ao posto de líder do grupo, visto que comumente e culturalmente entre as sociedades indígenas, os homens de maior idade no grupo assumiam a liderança e junto com um conselho de outros homens, lideravam e resolviam as questões políticas e sociais de seus grupo.Este tipo de ocorrência se dá até pelo contato com a sociedade envolvente que num movimento natural acaba por determinar a presença cada vez mais freqüente da mulher nas decisões da comunidade indígena,mas que ainda se percebe uma certa resistência,até para na ferir as tradições que os indígenas lutam para manter vivas.

Na Terra Indígena Juminã habitam os indígenas da Aldeia Wará e Kunanã,a algumas oras rio a dentro e pelas águas do Igarapé Juminã que corta a densa floresta inundada das Terras Indígenas Juminã.
A Aldeia Wará reúne em seu limitado território, membros do imenso grupo de Galibi Marworno que se distribuem quase que setorialmente nas Terras indígenas de Oiapoque,habitando uma pequena faixa de terra,de solo arenoso com poucas habitações com característica comum em aldeia,que abrigam poucas famílias de aproximadamente 70 a 80 indivíduos no total que formam este grupo que compartilham a vida diária com outros indígenas da etnia Karipuna da Aldeia Kunanã, que fica a alguns metros a frente de sua aldeia,onde buscam atendimento educacional de 5ª a 8ª e Ensino Médio que não é oferecido no local e também do atendimento médico ,visto que já algum tempo não se tem nenhum tipo de atendimento de saúde nesta aldeia.
Os indígenas desta aldeia são oriundos dos índios Galibi Marworno,o que consequentemente faz com que difundam vários aspecto de uma realidade comum.Falam a mesma língua,o patoá,e também se comunicam em língua portuguesa,pelas mesmas razões que levaram milhares de indígenas a pratica da língua em seu domínio territorial e cultura,a manipulação cultural empreendida pelos estrangeiros aos Povos Indígenas que foram vitimas no passado do processo de colonização e mercantilização da América e, que no presente, continuam a depender do uso da língua como forma de participar na sociedade envolvente,buscando auto-sustentabilidade e desenvolvimento cultural.
A atividade econômica em Wará está assentada, num sistema que historicamente coexiste entre os indígenas na América, o cultivo de tubérculos,o mais conhecido a mandioca branca,que é bastante utilizada para o fabrico da farinha de mandioca,tucupi e tapioca,que são gêneros da base alimentar de brasileiros de várias regiões do país e assim como os demais cidadãos do país,também dependem do comércio de produtos industrializados,que são encontrados facilmente por estes indígenas de Wará e,consumidos frequentemente em seu cotidiano,posto os hábitos que foram sendo incorporados através dos anos de contato e convívio com a sociedade não índia envolvente.
Na região de uma ponta de ilha bem a frente de Wará,habitam os indígenas Karipuna de Kunanã,uma aldeia aos pés de uma pequeno teso,que durante o inverno é banhada pelas águas do Rio,mas que no verão intenso da região enfrenta imensa dificuldade para se deslocarem,visto a falta de profundidade nos igarapés que só propicia a navegação coma chegada da maré proveniente do Rio Oiapoque.É um espaço de dezenas de famílias Karipuna que vivem a luz de seus costumes e tradições,falam o Creou ou Patoá, visto que já não existe quase nenhum membro que domine a língua tradicional karipuna, para comunicação adotaram esta língua para falar com os demais indígenas que pelo longo processo de contato,usam habitualmente esta língua como se fosse universal entre os índios de Oiapoque.
Nesta região das Terras Indígenas Galibi e Juminã,notadamente se destaca um universo cultural interação de membros de etnias diferentes ocupando quase que o mesmo espaço,mas que buscam cada um ditar o ritmo de sua vidas ao que sua cultura determina como natural,resultando na constituição de um imenso grupo que por mais que sejam oriundos de diversas tradições costumes,não deixam de expressar o que lhes identifica como diferentes e específicos,a sua cultura,entendida então como um conjunto que agrega,linguagens,modos de viver,crenças,costumes entre outros aspectos que de longe exprime quem em índio e quem não é.

POVOS INDÍGENAS DA BR156 EM OIAPOQUE
Na BR 156,que liga a capital do Estado do Amapá ao Município de Oiapoque,na altura do quilometro 102,dentro da Terra Indígena Uaçá,habitam diversas comunidades indígenas as margens dessa estrada,umas de etnia Karipuna,outras Galibi marworno e uma comunidade de indígenas Palikur,que se instalaram neste local a décadas,até mesmo pela necessidade de garantir a posse e o domínio de seu território,que é atravessado por quase todo o percurso da BR 156,desde o quilometro 32,vindo de Oiapoque,até a última Aldeia que recentemente se instalou no estremo das Terras Indígenas nesta região de Oiapoque.
No quilometro 40,no sentido Oiapoque Macapá,habitam os indígenas da Aldeia Piquiá,uma comunidade que recentemente passou pelo processo de transposição de suas instalações com a pavimentação da BR 156.Historicamente habitavam a margem desta estrada cerca de cinco famílias da etnia Karipuna,num total de aproximadamente 50 a 60 individuos, que a décadas vivem neste local, basicamente da produção da farinha de mandioca e seus derivados,da pesca e da caça ao longo dos igarapés e da mata que entrecortam a área indígena,neste outro extremo.
Atualmente,localizam-se a um quilometro do ponto de sua aldeia velha,como denominam o antigo local de moradia, recuados uns cem metros da nova estrada,procurando se proteger de todo tipo de ameaça a sua cultura e a existência de todos os seus membros,posto que este progresso anunciado pela sociedade que envolve os Povos Indígenas,por um lado traz alternativas de desenvolvimento,por outro lado, carrega a ameaça da invasão e exploração mineral e vegetal de sua s terras e o mais grave ainda é a alteração cultural de tradições e costumes,visto a presença de fatores, que com uma velocidade surpreendente, que podem interferir na cultura de forma prejudiciosa, corrompendo pratica que a séculos são difundidas em meio a estes Povos.
Vivem agora, numa estrutura que foi construída pelo Governo do Estado,com casas,escola,igreja,centro comunitário de alvenaria,gerador de energia e sistema de água encanada,que por um lado traz conforto e bem estar,mas por outro foge ao modo de vida tradicional dos indígenas,além de não oferecer a condição que é criada naturalmente nas aldeias,de estarem próximos a alguma fonte natural de água para consumo e local de pesca e estrategicamente localizados para se proteger de ataques animal e de intrusos.
Neste grupo, há uma preocupação latente em fazer com que a comunicação se de prioritariamente em língua indígena,apesar de também dominarem o uso do português,numa iniciativa de proteger os costumes indígenas Karipuna,visto que outras comunidades perderam o uso predominante de sua língua,obrigando-os a usar o português em todos os momentos de sua vida diária.São católicos e tradicionalmente todos os anos realizam a Festa em honra ao Santo padroeiro da comunidade,que é São Raimundo,numa realização que obedece a tradição dos índios de cultuar divindades da Igreja Católica em sincressão a sua crença tradicional de cultuar também os elementos da natureza,com a pratica do Turé,que é um ritual antigo e principal entre as sociedades indígenas de Oiapoque,onde estes exprimem todo seu respeito e crença em que os seres sobrenaturais se manifestam através de cantos,danças,bebida e fumo,numa manifestação dos agradecimentos pelo vida,proporcionada pela proteção que a natureza lhes proporciona.
Na Aldeia Curipi, na altura do quilometro 50 da BR 156, vive outro grupo de Karipuna,numa pequena comunidade,na base da histórica Montanha Estrela,com poucas famílias num total de 30 a 40 indivíduos aproximadamente, nas proximidades do Rio Curipi que rasga a floresta da reserva Uaçá e atravessa a BR 156.
Ainda estão ocupando sua velha e tradicional aldeia,mas em breve estarão passando pela mesma situação dos parentes de Piquiá,de terem suas instalações serem recuadas da margem da estrada,visto que a pavimentação já passou por sua comunidade e suas casas estão a alguns metros do asfalto, a mercê de todo tipo de ameaça,uma vez que, pela BR 156 passa todo tipo de pessoas e cargas vinda de quase todo lugar do país e até do exterior,devido a conexão que o Amapá faz com Guiana Francesa,através de Oiapoque.Estão com sua estrutura tradicional abaladas,até mesmo pela necessidade de se mudarem deste local,visto que, não podem mais construir nada no local, posto que logo terão de sair e seu trabalho e investimento estarão perdidos,suas casas estão velhas e desgastadas seus prédios públicos a beira de cair e sua integridade vulnerável.
Vivem como quase todos os indígenas de Oiapoque, da plantação de roçados de onde tiram a mandioca para a farinha o beiju, o tucupi e a tapioca de ramo ou em farinha, além da banana e algumas outras frutas cultivadas, muita das vezes para vender na feira que os indígenas fazem no centro do município de Oiapoque para comercializar com o resultado das vendas comprar gêneros de primeira necessidade, roupas e utensílios domésticos e mais recentemente, devido a criação da categoria de professor indígena pelo Governo do Estado do Amapá, através da Secretaria de Estado da Educação, no Núcleo de Educação Indígena, vários indígenas se tornaram por concurso público especifico, funcionários públicos,o que lhes possibilitou uma conquista econômica e intelectual muito grande,possibilitando que muitos indígenas pudessem melhorar sua condição de vida,inclusive chegando a comprar eletroeletrônicos e até veículos auto-motores e marítimos,além de ingressarem em cursos de nível superior federal e ou particular,entre outros que já estão buscando a especialização,resultado de uma política de auto-desenvolvimento étnico,na perspectiva de tirar da pobreza intensa muitos indígenas Amapá a fora.
Estas comunidades que vivem a margem da BR 156,comumente se deslocam para Oiapoque de carros ou caminhões,os da Aldeia Curipi,que já tem seu trecho asfaltado,tem uma facilidade maior que outras comunidades indígenas mais a frente, visto que o asfaltamento ainda não chegou,por isso tem de enfrentar a buraqueira e a lameira que a BR 156 em trabalho de pavimentação apresenta.Vão as feiras no caminhão da FUNAI que faz a linha dos agricultores por essa estrada,mas que muita das vezes esta com problemas mecânicos e não realiza o trabalho,forçando os que precisam comercializar,como é o caso da Aldeia Curipi,fretarem veículos particulares para escoara sua produção até a cidade para vender,uma vez que para a maioria dos indígenas se constitui na única fonte de renda de sua família.
Também,assim como os parentes Karipuna de Piquiá, falam prioritariamente o Patoá e dominam a língua portuguesa,até pela presença da Escola, que tem na língua portuguesa as determinações do processo educacional da sociedade brasileira.São praticantes do catolicismo e realizam festas e rituais.
Há aproximadamente 20 quilometros da Aldeia Curipi,localiza-se a Aldeia Cariá de indígena s Karipuna acerca do quilometro 63 da BR 156,na parte em que o asfaltamento ainda não chegou e a comunidade,assim como as demais deste pequeno grupo de Karipuna que migraram para a parte terrestre das Terras Indigenas,tem uma estrutura social composta de algumas poucas famílias que já se fundiram com outros indígenas pertencentes a outros grupos étnicos que vivem em harmonia na região,dando uma tonalidade de diversidade de fusões de clãs indígenas,num total de aproximadamente 70 a 80 indígenas,entre homens e mulheres,crianças e adultos.
Na Aldeia Cariá,que fica situada bem a margem da BR 156,a base de sustentabilidade também é a agricultura,o extrativismo e o serviço publico,assim como nas demais aldeias que já possuem uma longa história de contato com outras sociedades, determinando a o modo de vida dos indígenas,que ao passo que as inovações vão se aproximando ou vão sendo conquistadas,vão sendo incorporadas ao cotidiano,num processo de fusão da cultura tradicional indígena e os hábitos e costumes de outras sociedades do entorno ou para onde migram outros membros do grupo,em busca de trabalho e condição de sobrevivência,que é o caso dos que vão para Guiana Francesa,onde acabam formando Aldeias e recebendo assistência do Governo local.
Cariá depende do transporte de veículos para Oiapoque,para onde vão os indígenas que habitam a região da BR156,em busca do comércio, de trabalho alternativo e ou da aquisição de produtos de complementação alimentar e de necessidades domesticas ou produtivas.Estes indígenas também são de predominância católica,mantendo uma relação de sincretismo entre as crenças tradicionais de seu grupo,com as praticas religiosas da Igreja Católica,realizando Festas em honra a Santos e ou datas santificadas,com eventos de cunho sagrado convivendo concomitantemente com os de cunho profano,fora a pratica cultural da utilização de curas com ervas e raízes.
Também, falam prioritariamente o Patoá e dominam a língua portuguesa, resultado de todo um processo de contato que ora os obriga pela força a aquisição da língua como negação cultural,ora os obriga pela necessidade de relacionamento em meio a sociedade que agora se diz democrática,mas ainda não chegou a nível de perceber toda a diversidade que cerca as sociedades indígenas.
São atendidos pelas políticas sociais do Governo Estadual e municipal,na educação e assistência social,visto que estas comunidades constituem uma estrutura que não prepara condição para se viver com as novas possibilidades que a vida em meio ao homem não indígena possibilitam.
Aproximadamente a altura do quilometro 67,localiza-se a Aldeia Ahumã,uma comunidade karipuna que a mais ou menos uma década vem buscando se estruturar e adquirir sua autonomia política e administrativa,visto que seus habitantes são resultado da migração familiar da Aldeia Estrela,local que foi um dos primeiros pontos de habitação na BR,por ter sido Posto de Fiscalização,nos tempos em que a FUNAI desenvolvia a política de proteção as Terras Indígenas.
Ahumã é uma comunidade de poucas casas habitacionais,com estilo próprio da cultura karipuna,construções tradicionais onde umas são destinadas ao trabalho com a produção da farinha de mandioca,outras ao deleite nas tardes de verão onde o calor é mais intenso,mesmo nas aldeias que se encontram em meio a mata fechada e intocada e outras construções destinadas ao setor educacional e de atendimento a saúde.
Esta comunidade se formou com muita dificuldade,mas com o resultado do trabalho e empenho da família de Dona Creuza,como é conhecida a líder deste grupo que é praticamente uma família só,posto que todos os membros formadores de outras pequenas famílias dentro da Aldeia, são filhos do casal formado por seu Luiz e Dona Creuza,que após varias tentativas de formar uma liderança forte e atuante,acabou por ser indicada pelo conselho comunitário como cacique da aldeia, a partir de então, a luta para melhorar as condições dos membros de Ahumã,a cacique Creuza luta para manter a cultura Karipuna viva em sua comunidade e ter sua aldeia cada vez mais forte e desenvolvida.
Com a realização de uma Assembleia Indígena em Ahumã,as condições estruturais do local deram um salto em qualidade,uma vez que este evento da a possibilidade de investimentos em melhoramento do local para receber todas as lideranças indígenas e representantes governamentais,que se reúnem para reivindicar seus direitos e determinar suas ações.Este evento realizado em ahumã,também foi resultado do esforço que sua cacique dispensa a favor de sua comunidade,que lutou para convencer os organizadores da Assembleia da necessidade deste evento para os indígenas Karipuna da BR 156,por ser um acontecimento que traz força para as lideranças enfrentarem suas dificuldades e fortalecerem suas lutas.
Estes indígenas karipuna,buscam desencadear um processo de proteção de cultura,buscando manter a língua indígena em predominancia,como forma de não deixar desaparecer a essência cultural de seus antecessores.
Outro aspecto perceptível em Ahumã com relação a cultura,são as praticas religiosas no local,onde se evidencia a pratica de eventos religiosos característicos da Igreja Católica,como é o caso da Festa de 12 de outubro, em Honra a padroeira do local que é Nossa Senhora da Aparecida, em harmonia com a pratica do ritual do Turé,que é realizado com toda a riqueza e tradição que os antigos Karipuna o faziam.
Vivem do extrativismo vegetal e animal,como quase todas as comunidades indígenas da BR 156,que cultivam a roça com a plantação da mandioca que é o tubérculo mais explorado,visto que esta cultura agrícola acompanha a vida indígena desde os primórdios do surgimento das primeiras civilizações da humanidade.Desta raiz produzem a farinha mais apreciada no comercio de Oiapoque e Guiana Francesa,além de retirarem o tucupi e a tapioca em farinha e em ramo.
Nesta comunidade atualmente poucos são os que vivem do serviço público ou tem renda financeira externa. Buscam se manter essencialmente do que conseguem comercializar e do que é destinado ao consumo interno.
No quilometro 70 localiza-se a Aldeia Estrela,uma região que a muito tempo funcionou com ponto de fiscalização da Área Indígena neste percurso da BR 156,posto que se constituía no limite da área habitável por indígenas naquela época.
Nesta comunidade indígena, vivem cerca de cinco famílias Karipuna,com destaque para a família do senhor Henrique,que foi por décadas chefe do posto da FUNAI na Aldeia e,que até hoje é liderança respeitada no local e entre os demais caciques de Oiapoque.
A população e de cerca de 60 indígenas,distribuídos em poucas residências estrategicamente construídas de frente para a BR 156,que fica a alguns metros de suas portas de entrada e saída.São construções já estilizadas em alvenaria e cobertas de telhas de amianto,com raríssimas construções tradicionais,que só são notadas nos centros de produção de farinha de mandioca, onde são construídos os “carbês” que servem de local de refino da mandioca,de abrigo e armazenamento.
A economia local é movida mais pelo serviço publico encontrado na Aldeia,onde muitos são funcionários na Escola e outros trabalham no Posto de Saúde ou na FUNAI em Oiapoque.A produção da farinha de mandioca é fonte de renda para um ou outro que ainda não arranjou emprego,ou se destina ao consumo próprio,visto que também é a base alimentar dos indígenas.
No mesmo ritmo da maioria dos Karipuna,os indígenas da Aldeia Estrela também são católicos, com uma pequena Igreja em sua comunidade,costumam realizar seus cultos dominicais e as Festas de Santo,como é comum ocorrer nas comunidades indígenas católicas de Oiapoque,Costumam também realizar o Ritual do Turé,com alguma restrição para a realização,visto que já não tem mais pajés na sua comunidade,fazendo com que dependam da disponibilidade de pajés de outras aldeias Karipuna,que muita das vezes é um só para atender todas aquelas comunidades que já não mais tem os serviços dos xamãs e ou curandeiros.
A língua mais utilizada na Aldeia é o português,posto que o Patoá é pouco utilizado e é de domínio de poucos indivíduos do grupo,que na maioria da vezes,conviveu fora do grupo e da aldeia,pela necessidade de estudar ou trabalhar, causando uma certa distorção no costume de falar a língua indígena em prioridade dentro do grupo.Ainda existe aquela família que procura fazer com que as crianças aprendam a falar a língua indígena e respeitem as tradições dos mais velhos,numa tentativa desesperada de expor traços que visivelmente possa lhes caracterizar enquanto indígenas.
A Aldeia Ywawká no quilometro 80 da BR 156,de etnia Palikur,constitui-se de um grupo de migrantes de Kumenê,que é a Aldeia mãe dos Palikur em Oiapoque,que singraram as águas do Rio Urucauá,no sentido Norte de Oiapoque,onde atravessa a BR 156,onde os Palikur procurarm lugar mais tranqüilo para viver e concomitantemente marcar seus território dentro da Área do Uaçá.
Relatos dão contam de que,uma parte da família do senhor João Felício resolveu se aventurar e montar um povoado na margem da BR 156,que leva a Oiapoque,como forma de começar uma nova instalação indígena e assim conquistar poder político e autonomia administrativa,posto que a Aldeia kumenê já está muito grande e o poder centralizado nas famílias que tradicionalmente o exerce e, até mesmo fugindo de alterações no modo de viver do Palikur que em muito vem se alterando naquela região,pelo contato e a presença cada vez mais intensa de culturas diversas em meio aos indígenas que ali habitam.
Iywauká a pelo menos uma década se formou logo na cabeceira de uma ponte que atravessa a estrada e instalou sua habitações tradicionais,que pela característica particular chama a atenção dos que passam por ali com freqüência e percebem casas cobertas de um trançado de palhas intrigante,postado sobre esteios de troncos e com paredes a meio peito.
Atualmente ocupam a cabeceira anterior da ponte,no sentido que vai para Macapá,onde construíram uma estrutura definitiva que comporta instalações para educação,saúde,igreja e suas residências tradicionais, edificadas as margens da estrada num teso que esconde e protege a Aldeia.
São poucas famílias que vivem no local,de constituição de uns cinco a oito indivíduos,num total de aproximadamente 40 indígenas,que plantam,colhem,pescam e caçam na região como forma de sobrevivência,além de consumirem alimentos industrializados encontrados no comercio de Oiapoque e ou na Guiana francesa,onde estes indígenas possuem muitos parentes morando naquele território.Alguns membros trabalham na Escola como professor ou de auxiliares,de onde se sustentam e pouco praticam atividades agrícolas,a não ser para produção de consumo próprio.
São falantes do Palikur,uma língua do tronco lingüístico Aruake,que é de domínio exclusivo destes indígenas em Oiapoque.Constituindo-se em mais um e talvez o mais forte traço cultural que distingue os Palikur dos demais grupos indígenas dos Povos de Oiapoque,posto que só os Palikur dominam a comunicação em Palikur e buscam não deixar que outra língua tome o lugar principal da comunicação em suas aldeias.
Iywawká também é uma aldeia Palikur que professa o protestantismo petencostal,até mesmo pelos seus integrantes serem oriundos de Kumenê,um local de forte influencia a pratica de tal religião.Existe um ou outro individuo que já não mais participa ativamente da Igreja mas também não cultua outra religião,parecendo tentar manter sua originalidade em tempos em que os indígenas ainda não expressavam laços religiosos com nenhuma outra religião.
A Aldeia Samaúma,no quilometro 83 da BR 156 aproximadamente, é uma comunidade de indígenas Galibi Marworno,oriundo de um grande grupo desta etnia que se espalha por quase todo território indígena de Oiapoque.É uma comunidade indígena com diversas famílias Galibi Marworno,composta por cerca de 70 indígenas que habitam construções atípicas,edificadas em madeira e telhado de amianto ou zinco,distribuídas de um lado e outro numa posição diagonal a BR 156,num estilo diferente do que se encontra nesta região.
Samaúma também esta bem próxima ao Rio, numa localização que proporciona o desenvolvimento da pesca e da caça de pequenos animais,além de oferecer território abundante propício ao cultivo da mandioca de onde produzem a farinha e o tucupi,destinado na maioria ao comércio e ao consumo interno,visto que nesta aldeia, o trabalho no serviço publico não é tão intenso,daí seus habitantes terem neste cultivo a base da economia local.
Oriundos de um grupo de maioria católica,os indígenas de Samaúma também o são,com a realização de alguns eventos de culto e Festas religiosas.Não possuem mais pajés que se dediquem ao curandeirismo e ao xamanismo e na maioria das vezes buscam participar das atividades religiosas que ocorrem em Kumarumã,a Aldeia mãe Galibi Marworno,onde evidencia-se a pratica intensa,tanto de cultos ao catolicismo,pelo trabalho missionário concentrado ali,quanto de Rituais tradicionais da cultura Galibi Marworno.
A Aldeia Tukai,mais uma do grupo Galibi Marworno,localiza-se a 90 quilometro do Município de Oiapoque ao longo da BR 156 que liga a Capital Macapá ao município fronteiriço de Oiapoque, é uma aldeia de tamanho considerável ou por domínio, a maior aldeia de todas as que estão situadas a BR 156 em Oiapoque,é uma comunidade de cerca de 10 a 12 famílias num total de aproximadamente 80 indivíduos,que ali se instalaram já por muito tempo,lutando para estruturar seu espaço e determinar seu próprio modo de vida.
Tukai é composta por dezenas de habitações de moradias e outras de serviço público,com aspecto distinto e arquitetura atípica,com edificações de madeira e ou mista de construção em alvenaria e cobertura de telhas de amianto ou de zinco,num disposição diagonal a BR 156,com uma estrutura que oferece a convivência harmoniosa e confortável de seus habitantes.
Os Galibi Marworno da Aldeia Tukai,são católicos na sua essência e praticam eventos religiosos considerados santificados,com cerimônias profanas e sagradas e a realização ou a participação em Rituais típicos indígenas,como é o caso do Turé que muita das vezes ou, na sua maioria ocorre em Kumarumã onde os Galibi Marworno se reúnem para agradecer pela vasta colheita a saúde e a fertilidade do solo e das mulheres.
A Aldeia possui um considerável sistema de produção de farinha de mandioca,com um certa mecanização da produção,na busca de atender a demanda do comercio oiapoquense ou da Guiana Francesa,que é abundante e promissor,para onde se destina grande parte da produtividade agrícola indígena.
O serviço publico local absorve uma boa parcela de indígenas que vivem profissionalmente deste tipo de serviço,visto que a comunidade possui uma Escola que comporta vários funcionários e o serviço de saúde,que embora interrompido,também emprega outros indivíduos,propiciando uma elevação no nível de desenvolvimento econômico local e oferencendo melhor qualidade de vida as famílias indígenas.
Na extremidade do território indígena de Oiapoque,situa-se por volta do quilometro 102,uma recente aldeia de indígenas Galibi Marworno,que recebeu o nome de Anwerá e é resultado de mais um movimento migratório indígena,na intensão de ampliar o domínio territorial ou de garantir a proteção das Teras Indígenas.
Anwerá ainda está em processo de ocupação,por enquanto são apenas alguns indígenas de apenas uma ou outra família, oriunda de Tukai que estão se instalando no local,também as margens da BR 156,num local desmatado e ainda sem nenhuma estrutura de habitação.
Ainda compartilham de atividades econômicas realizadas em Tukai,aldeia de onde são originários e desenvolvem as tarefas como estudar,buscar atendimento para saúde, eventos indígenas,festas e cerimônias religiosas.Por estarem de certa forma próximos, os habitantes de Anwerá,compartilham o mesmo território para o cultivo,a pesca e a caça de pequenos animais,que se constitui nas atividades que comumente são a base da sobrevivência das famílias indígenas.
POVOS INDÍGENAS DE OIAPOQUE E A DIFUSÃO CULTURAL
Os Povos Indígenas do Estado do Amapá e Norte do Pará, distribuídos nas etnias, Galibi, Galibi-Marworno, Galibi Kalinã, Karipuna, Palikur, Tiriyó, Kaxuyana, Txikuyana, Apalai, Wajãpi e Waiana, somam na atualidade aproximadamente 8.996 indígenas localizados nas regiões do Município de Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e região do Parque do Tumucumaque, distribuídos em 136 aldeias,espalhadas distintamente por estes territórios.Possuem sua própria política de organização e estruturação social,obedecendo a modos de vida próprios e falantes de variadas línguas.

Os Povos de Oiapoque, que por ora trataremos nesta análise, difundem cultura diversa, própria do seu passado étnico, carregado de elementos que identificam aspectos que há séculos vem sendo desencadeados pelos seus ancestrais indígenas, considerando que:

A cultura, por conseguinte, diz respeito a tudo quanto expressa a vida de um povo: sua língua, suas tradições, sua música, sua dança, sua culinária, enfim tudo o que se manifesta no cotidiano de determinada sociedade, independente do seu grau de desenvolvimento.(BARROS,Laraia,2006)

São Homens e mulheres que vivem em suas casas que parecem parar no tempo, mas que por outro lado, totalmente contrastante, é o aspecto moderno das estruturas permeante do espaço indígena,com telefonia,energia elétrica,motocicletas e computadores portáteis e até automóveis em algumas aldeias.

Nesse contexto, uma nova ameaça paira sobre os povos indígenas: a de serem removidos de seus territórios tradicionais, tendo em vista a “necessidade de criar zonas de proteção para a 'preservação' de espécies animais e vegetais”.

“Não é que os povos indígenas se oponham a partilhar seus conhecimentos em benefício da humanidade, ou que a ciência, sobretudo a biotecnologia, não tenha que se desenvolver”. Trata-se de uma nova era para essas populações, tempo em que seja possível partilhar conhecimentos e praticas sem perder de vista toda a riqueza cultural dos povos de toda e qualquer etnia, raça, credo ou nacionalidade.

A grande parte dos padrões culturais dos indígenas foram relativamente afetados com o processo de mercantilização que a Europa atravessou,quando do contato entre homens de diferentes costumes, tradições e valores étnicos, resultando num movimento que a antropologia denomina de “Difusão de cultura”, posto que sem esta difusão não seria possível o grande desenvolvimento atual da humanidade,posto que, por meio dela, os homens da chamada pré-história não teriam conquistado toda a estrutura social que necessitaram para o desenvolvimento de sociedades mais complexas e com aspectos culturais distintos.

A difusão cultural nestas sociedades indígenas configura, portanto a variedade de comportamentos e elementos culturais que, desde os primórdios da humanidade, com o envolvimento de homens de aspectos e bagagem cultural diverso,provoca um processo de mudanças de determinados elementos culturais,que na sua essencialidade,não alteram definitivamente certa cultura,mas se fundem num novo aspecto,que por ora caracteriza um Povo Indígena Asteca ou Maia e ou um Povo Indígena da região central da área indígena do Município de Oiapoque,ao Norte do Estado do Amapá, no Brasil em plena América.

Nestas sociedades indígenas amapaense, é evidente até para os olhos leigos ou carregados de preconceito e etnocentrismo, a presença de uma cultura própria em meio a um bombardeio de elementos culturais de sociedades que, desde o passado convivem, ora entre conflitos, ora harmonicamente, com outros costumes e tradições, que por uma normalidade humana, interagem e formam um cultura indígena,católica ou petencostal,falante do português e do Palikur ou do Patóis,que dança o Turé, num respeito pelos elementos da natureza e sua representação mística natural e ou sobrenatural.por outro lado, são homens que são integrantes do auto escalão governamental do Estado, com formação de graduação de mestrado e até doutorado, possuem casas luxuosas,dotadas de todo tipo de equipamentos eletro eletrônicos,enfim, de tudo aquilo que lhes condenaria a pena de terem perdido a condição de “índios”, chegando ao absurdo de ainda saírem questionamentos sobre o que os identificaria como tal, como se não bastasse terem nascido seres humanos.